A REFLEXÃO ESTÉTICA EM FRANCISCO DE HOLANDA: ESBOÇO DE UMA METAFÍSICA DA IDEIA
Autor: Idalina Maia Sidoncha
Editor: Ta Pragmata - Practical Philosophy Books
Ano: 2019
ISBN: 978-989-654-534-5
Description: A elaboração de uma caracterização do Renascimento como período fecundo e multifacetado aparece neste livro como decisão teórica de fundo que permite situar a discussão sobre a Arte como expressão maior dessa propalada diversidade renascentista. Será no quadro dessa discussão que reivindicarão justo destaque temas como a importância da Natureza na Arte, a exposição dos conceitos charneira como os deImitatio e Electio ou ainda a aferição da sua influência na economia interna dos textos de Francisco de Holanda. A discussão sobre a Arte e sobre a sua natureza destacam-se, pois, como aspetos centrais deste trabalho. Ao trazer à colação o tópico da criação artística, tema que preserva uma irrecusável atualidade, Francisco de Holanda intenta enaltecer a dimensão da interioridade, da ideia, num projeto filosófico singular que culminará naquilo a que chamámos de “Metafísica da Ideia”. Aqui se enfatizam a importância da Teoria da Arte de Holanda, a sua relação quer com a Antiguidade clássica, quer ainda com as Teorias da Arte defendidas pelos principais tratadistas do Renascimento e do Maneirismo. Marcam igualmente presença forte neste livro a aferição dos nexos de proximidade entre a abordagem holandiana e as conceções modernas e contemporâneas de Arte.
1. Apresentação sumária das variações de sentido do termo imitação - 33 2. A Natureza como objecto de imitação - 37 3.De um eventual carácter científico da arte. Imitação e superação da Natureza - 38 3.1 Elementos para uma leitura holandiana dos temas da imitação e superação 40 3.2 Imitação e superação da Natureza. O contributo dos mestres da Antiguidade - 42 4. Problema da selecção dos modelos: a polémica entre Pietro Bembo e Pico della Mirandola - 45 5. O contributo de alguns autores do Renascimento para o tema de imitação e superação da Natureza - 46 6. Da imitação à Ideia: o testemunho de Holanda - 48 7. “Estado da Arte” da discussão holandiana do tema da imitação e a necessidade de uma auto-mimesis - 58
Capítulo II - DA IDEIA COMO DESENHO: CARTOGRAFIA DO PROCESSO CRIATIVO - 63
1. Da ideia entendida como imaginação à ideia como essência: expressão de um itinerário de profundidade metafísica - 63 2. O Desenho como plataforma comum a todas as Artes - 70 3. Da Ideia/Desenho interno ao Desenho externo: o trânsito entre o processo da idealização à fase da materialização - 74 4. Do furor divino à ascensão do humano - 76 5. A imitação recuperada: Ideia e Criação como imitação do acto divino - 79 5.1 Breve genealogia do conceito de criação - 79 6. Interpretação holandiana do processo de criação - 82 7. A importância do conceito de Luz no quadro mais amplo de uma Metafísica da Ideia - 84 8. A Luz como graça divina - 85 8.1 Os mestres da antiguidade e a graça divina - 88 9. A excepcional natureza do artista - 89 9.1. O Artista melancólico - 93 10. O Desenho e a divinização da pintura: a censura de Frei Bartolomeu - 98 11. A superioridade do desenho relativamente à cor - 101
Capítulo III - FRANCISCO DE HOLANDA E A RETORIZAÇÃO DA PINTURA - 107
1. A retórica e os seus diferentes campos de aplicação - 108 2. A retórica e a arte - 110 3. A presença da retórica na pintura de Francisco de Holanda - 113 4. A pintura como História da Arte - 115 5. A finalidade da pintura - 123 6. A relação entre a Arte e a Poesia: o Paragone - 126 7. A Pintura como e com narrativa - 129 8. Associação entre desenhos e inscrições - 131 Conclusão - 135 Bibliografia - 149